Artigo Jornal
do Condomínio
Plantas em escritório
– parte I
Temos trabalhado bastante com
clientes empresariais que nos solicitam jardins internos, jardins verticais e
vasos com plantas em ambientes fechados e com ar condicionado. Outros solicitam
somente a troca das espécies pois após um tempo sempre perecem.
Só há algo mais desagradável para
um ambiente corporativo do que a falta de plantas internas: vasos com plantas
perecendo e de mau aspecto. Dá uma aparência de um lugar cuja manutenção está
abandonada, aos olhos de clientes e parceiros comerciais, um mau sinal. Sem
contar que plantas saudáveis ajudam na melhoria do ar, da temperatura interna e
do bom astral da empresa mesmo em tempos difíceis. O que mais prejudica as
plantas em ambientes internos pode ser resumido em dois pontos:
a) Lugar
inadequado para a planta;
b) Manutenção
incorreta.
No primeiro ponto o que requer
mais atenção na hora de escolher o local da planta é a luminosidade. A planta
necessita de luz para produzir seu alimento na fotossíntese. Sem luz, a planta
produz pouco alimento e se enfraquece. Isso é visível na queda das folhas, nas
pragas que acabam se fixando na planta e ela não consegue combater. As salas de
reunião onde todos desejam uma plantinha acabam sendo o vilão dessa história
porque permanecem por muito tempo escuras e há gente somente esporadicamente.
Tenho sugerido plantas artificiais nesses locais. Embora prefira trabalhar com
plantas naturais, prefiro, nesse caso, as artificiais à deixar perecer as
naturais. Sempre que possível, procuro deixar as plantas sempre próximas às
janelas com as persianas elevadas o maior tempo possível.
No segundo ponto o que mais chama
a atenção é o excesso de água nas plantas. Tenho trocado várias espécies por
apodrecimento de raiz devido ao excesso de umidade. Plantas próximas ao
bebedouro ou ao lugar do cafezinho são vítimas do excesso de “bondade” dos
colaboradores que por vezes despejam o que sobrou do copinho de água ou café
nas plantas porque “coitada anda tão
feia, deve ser falta de água ou adubo...”. O resultado é o excesso de umidade
no substrato pois o ar condicionado, a falta de vento, de sol direto acaba por
mantê-lo por mais tempo úmido. Algumas
empresas optam por escrever um bilhetinho nos vaso: “ FAVOR NÃO REGAR” . Tenho
recomendado a rega quinzenal em boa parte das plantas. O próprio ar
condicionado é um vilão das plantas pois de dia temos aquele friozinho gostoso
(para as pessoas não para as plantas que em sua maioria são de clima tropical)
e de noite, quando são desligados, a temperatura sobe bastante.
As plantas em hidroponia
(ambientadas na água) tem se dado bem nesse ambiente. Certa vez visitei uma
empresa que optou por este tipo de planta mas que gostaria de trocá-las , não
porque estivessem feias, ao contrário, não percebi uma única mancha ou vestígio
de praga nelas, mas porque estavam há tanto tempo no local que as pessoas
haviam enjoado delas...
Com relação a adubação deve ser
feita a cada 3 ou 4 meses se for usado adubo granulado. A opção de
fertirrigação também é interessante: quando se rega já se aduba pois o adubo já
está diluído na água. De tempos em tempos é interessante o rodízio de plantas,
deixar as que ficaram por muito tempo “estressadas “ pelo ar condicionado
respirarem um pouco de ar puro, tomar banho de mangueira e um pouco de sol (não
muito de uma vez pois pode queimar as folhas).
Na realidade o que falta mesmo é
um pouco de cuidado, alguém que se encarregue delas com carinho e atenção. No
troca-troca dos profissionais de limpeza que ocorrem nas empresas, as plantas
estão fadadas à sorte dos profissionais que irão cuidar delas. Os que gostam de
plantas e não tem pudor em colocar o dedo no substrato para ver se precisam realmente
de rega ou não e que até conversam com elas são os mais indicados para fazê-las
estarem bem e saudáveis. Quando a
manutenção é feita quinzenalmente pelos profissionais da jardinagem, o
resultado melhora bastante. Na próxima edição voltarei a falar desse assunto.
Marcos
Daniel R Brancher
Paisagista
e Sócio Diretor da Mbflores
mdb@mbflores.com.br
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